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Arquitetos: TURTLE Architects
- Área: 199 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Lee Gangseok
Descrição enviada pela equipe de projeto. ARQUITETURA TECTÔNICA: Arquitetura, a partir do terreno. Assim como o salmão deve retornar ao seu local de origem, o ser humano tem a disposição de retornar ao lugar onde nasceu. É uma inércia lenta que se estende por cerca de 90 anos de vida. O cliente nasceu neste mesmo terreno em Goseong, Gyeongsangnam-do, onde também passou sua infância. Ele trabalha e vive em Seul, e depois que seus pais faleceram, ele nos encarregou de projetar uma residência para se preparar para a vida após a aposentadoria. Considerando que o terreno foi passado ao longo de oito gerações, nós nos concentramos na análise local antes do projeto. Nele, havia uma casa de madeira tradicional coreana onde viveram os antepassados do cliente.
Depois de consulta com o cliente, decidimos desmontar a casa e usar materiais de construção tradicionais (como madeira, telhas e pedras de fundação) para uma casa nova. Um elemento único neste terreno é seu antigo poço e dólmen. O poço existe desde que os antepassados do cliente ocuparam o local. E naquela época, ele era a vila do clã da família Jeonju Choi, por isso era utilizado por todos os membros da família. O cliente disse que o poço não deveria ser enchido de forma imprudente e queria usá-lo como elemento de projeto para uma nova casa. Ao lado dele, havia também como pré-existência no terreno, um dólmen. Esta pedra, chamada 'Jiseokmyo' na Coreia, é uma das tumbas representativas da Idade do Bronze. Decidimos incorporar essas duas pré-existências como elementos arquitetônicos do projeto.
Lógica de Projeto - Trabalhamos em conjunto com o cliente na classificação do que eliminar e do que manter no terreno. Após as demolições, com exceção do poço, dólmen, árvores e de uma casa tradicional, ficou mais evidente a topografia do terreno original. A partir disso, optamos por criar um pátio de várias alturas sem intervir demais nessa aparência. Em particular, o poço foi definido como um elemento chave no projeto. Portanto, desde o início, o eixo do desenho e o ponto de referência da construção também foram trabalhados com base neste elemento. No lado norte do terreno, encontram-se muitas casas planas construídas recentemente. Por outro lado, ao sul, ficam os reservatórios e o terreno torna-se mais acidentado. Portanto, ao planejar a distribuição, propusemos abrir a construção ao máximo possível para a orientação sul.
Casa Dobrada - Em sua parte mais baixa, o terreno é cercado pela Montanha Bonghwa. Imaginamos ali um trecho baixo e longo da casa para se encaixar no contexto. A casa se abre naturalmente em direção à natureza no sul, dobrando-se ao longo da forma do terreno. Em particular, o ponto de inflexão da casa é planejado com base na árvore zelkova que os antepassados do cliente plantaram, para que que ela seja visível de dentro da casa.
3 pátios - Pátios em várias alturas foram planejados utilizando matéria prima existente no terreno.
Cada um deles recebeu seu nome de acordo com suas características próprias e sua relação de intimamente com a casa. No caso do pátio inferior construído no local da antiga casa tradicional, foi planejado um espaço onde muitas pessoas podem se reunir. Considerando a altura necessária e o ruído externo, o piso foi feito 60 cm mais baixo do que o nível do solo, e a parede se estende a 2 metros de altura. Esse espaço foi pensado de forma a contemplar toda a família em cerimônias. O "bom pátio", onde se encontra o poço e o dólmen, é uma área intermediária que liga a cozinha e o pátio superior e se concentra na vista, sem uma função explícita. O objetivo era fazer com que a cozinha parecesse com uma galeria de arte, permitindo que o poço e o dólmen fossem vistos através da janela e da parede de concreto aparente de 15 metros de comprimento, de dentro para fora. Depois de passar pelo "bom pátio", fica o pátio superior, que é 1 metro mais alto do que o nível do 1º andar. Nele há uma árvore Lilás, e o pátio cercado por uma inclinação de 2m de altura, funcionando como uma área privada.
Aberto e Fechado - Ao planejar a distribuição do projeto, quisemos abri-lo ao máximo possível para a natureza do sul, fechando a orientação norte, do vilarejo. Portanto, na distribuição de aberturas, consideramos uma pontual que permite ver as montanhas e o céu ao norte, mas nos concentramos em aberturas máximas para o sul. As janelas do sul foram projetadas para serem totalmente abertas ou fechadas, conforme necessário, através de portas de correr que permitem ajustar a entrada de luz natural. Em resposta ao pedido do cliente de que a casa pudesse receber muitos hóspedes, propusemos que o projeto marcasse a área de uso pessoal do cliente em relação a seus convidados, e isso ocorre pelo ponto de inflexão da casa. Uma sala e uma cozinha foram dispostas nesse ponto de inflexão, e portas de correr foram distribuidas entre cada espaço para dividi-lo conforme o necessário, e espaços não utilizados são fechados para aumentar a eficiência energética.
Sistema de Aquecimento Tradicional - Um item especialmente solicitado pelo cliente era uma sauna. Como este lugar foi transmitido de geração em geração, foi acordado criar uma sauna como um gudul-bang tradicional. Gudul é um sistema de aquecimento tradicional coreano, uma sala pavimentada com pedras planas e com aquecimento pelo piso. Este é o mesmo princípio que o hipocausto, que era usado principalmente em termas na antiga cultura greco-romana. Entretanto, considerando que esta é uma casa moderna, através de consulta com especialistas, criou-se um híbrido entre o sistema tradicional e os mais tecnológicos disponíveis.